segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Across The Universe



Em Across the Universe temos uma Terra pouco saudável que descobre um meio de congelar pessoas dispostas a embarcarem numa nave (a Godspeed) para outro planeta que possa ser habitado pelos humanos. Assim, os pais de Amy (pessoas importantes para a colonização desse novo planeta), se voluntariam, mas exigem que ela vá com eles, mesmo sendo não essencial para a missão. Logo, Amy e seus pais são congelados e devem ficar assim durante mais de 300 anos até que a nave pouse.

Porém, Amy é descongelada, misteriosamente, 50 anos antes do previsto sem saber por que ou por quem. Mas esse é só o começo do problema. Logo, ela se vê correndo contra o tempo para descobrir quem foi o responsável por seu descongelamento, ao mesmo tempo em que muitos outros mistérios e segredos acerca da nave e do comportamento das pessoas a bordo vêm à tona.

Amy é encontrada por Elder, um menino de 16 anos que está sendo treinado para ser o futuro líder da nave. O livro é contado sob o ponto de vista de ambos os personagens, em capítulos alternados. Enquanto Amy se vê as voltas com o mistério que envolve o seu despertar, Elder tem muito mais com o que se preocupar, visto que é ele quem vai liderar a nave quando esta pousar.

A princípio, o livro me pareceu um tanto lento. Primeiro porque os capítulos de Amy eram narrados de seu ponto de vista semiconsciente. Ou seja, um bando de frases desconexas e nada de ação. E segundo porque eu demorei um pouco para entender o sistema que vigorava na nave, portanto os capítulos narrados por Elder me deixaram um tanto confusa.

Agora devo dizer que detestei essa Amy. Mesmo depois de acordada ela me pareceu carga não essencial, não fazia diferença alguma na história porque não conseguia resolver nada, não descobria nada etc etc. Muito pelo contrário, só ficava de mimimi e não ajudava. Não consegui sentir empatia pela garota, mesmo quando ela passou por momentos difíceis. E o relacionamento dela com os outros personagens, como Elder (mas principalmente Harley) me pareceu um tanto forçado.

Já Elder foi outra história... Ele tem muito em seu prato para um garoto de apenas 16 anos. Vivendo com um tirano (que só ele reconhecia como tal), sendo o futuro de toda uma nave e tendo milhares de pessoas dependendo dele. Sem contar que ele próprio não acreditava em seu potencial. Gostei de ver o crescimento dele no decorrer do livro, se tornando mais seguro de si mesmo e lutando para descobrir o que Eldest não lhe contava e o que estava acontecendo em Godspeed.

Mas o ponto alto do livro foram, realmente, os mistérios. O despertar de Amy é apenas a ponta do iceberg, que leva a descoberta de tudo que está errado com aquela nave. No final, um segredo vai sendo revelado atrás do outro e a história passa por inúmeras reviravoltas, de modo que a trama fica muito dinâmica (creio eu que pra compensar a leseira que são os capítulos narrados por Amy de dentro de seu congelamentzzzzzZZZZZZZzzzzzzz) e mesmo assim, ainda dá ganchos para os próximos dois livros da trilogia.

E nossa, as coisas que Beth Revis inventou são tão absurdas que me fizeram pensar até que ponto as pessoas precisam saber a verdade. E se essa verdade fizer com que eles desistam de tudo? Tudo pode ser resumido muito bem em uma frase de Eldest:

“ This ship is built on secrets, it runs on secrets.”

O final desse livro me deixou furiosa com todas as descobertas feitas, roendo as unhas pra descobrir o que aconteceria a seguir e também devastada com um dos últimos acontecimentos. Tudo isso só aumentou a minha ansiedade para ler o segundo livro!


E aí, tá esperando o que pra embarcar na Godspeed? 


domingo, 21 de setembro de 2014

Não julgue um garoto pela cara


"Jack, ás vezes magoamos as pessoas sem querer. Entende?"


August nasceu com algumas síndromes que, combinadas, geraram múltiplas deformações faciais entre outros problemas de saúde. Os médicos achavam que ele nem sobreviveria ao dia do nascimento, mas ele conseguiu e agora tem dez anos. Por conta de todas as cirurgias e complicações que teve durante a vida, ele nunca freqüentou a escola. Até agora.

August vai para a escola pela primeira vez, ingressando no quinto ano. Como se ser um aluno novo não fosse difícil o suficiente, ele ainda tem o agravante de não ter uma aparência comum. Em Extraordinário, seguimos a adaptação de August a esse novo ambiente, assim como os pontos de vista de amigos e familiares, visto que o livro também é narrado por eles.

E que livro maravilhoso! Extraordinário é um livro importante, pois trata de temas como bullying, auto-aceitação e empatia. Mas não de uma forma moralista. As mensagens são passadas com jeitinho, meio que camufladas no plano de fundo da história. O que mais me chamou a atenção foi a questão da gentileza. Como é importante sermos gentis uns com os outros, não importa qual seja a aparência, classe social, raça etc etc. E como é importante que as pessoas aprendam isso ainda na infância, pra que não se tornem adultos maus.

Os capítulos são curtinhos, o que tornou a leitura muito fluida. E por ser narrado por diferentes personagens, temos uma visão mais ampla da história central (o ingresso de Auggie na escola). Outro ponto positivo é que os personagens secundários tiveram seu espaço por serem narradores em determinados momentos e foram muito bem trabalhados. A autora criou um background pra cada um deles e eu achei isso muito legal! Porque mesmo que essa seja a história de Auggie, eles não são meros coadjuvantes, e sim pessoas que convivem com ele, mas ainda assim tem suas vidas, suas histórias, seus traumas e tudo mais.

Mas os capítulos e partes narradas por Auggie sem dúvida foram as melhores de todas! R.J Palacio conseguiu captar a voz de um menino de dez anos como ninguém! Ás vezes realmente parecia que eu tinha pegado o diário de August escondido e tivesse começado a folhear, de tão real que a linguagem é! E tudo isso contribuiu para que eu ficasse tocada pela história desse garoto. Aos dez anos ele já tinha passado por mais cirurgias do que eu sonharia e ainda assim tinha problemas de saúde, sem contar a aparência. E mesmo assim, August aguentou muitas coisas de cabeça erguida, mais do que eu esperava que ele conseguisse, e sempre praticou o bem.

Ainda assim, é visível o crescimento do August do primeiro capítulo para o August do último (e olha, que final <3333). É claro que alguns dias eram melhores do que outros, mas acredito que, com tudo que ele passou no decorrer do livro, ele só vai ficar mais e mais forte e se tornar uma pessoa melhor ainda.

Sinto que nenhuma resenha vai estar à altura desse livro ever. Mas mesmo assim, acho que é legal falar pro mundo ler e tirar suas próprias conclusões. Extraordinário é um livro que merece ser lido, seja por suas mensagens positivas ou pela escrita fascinante da autora.




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Paper Towns



Quem me conhece sabe que eu não sou a maior fã do John Green. Quer dizer, não tenho nada contra o cara em si, mas nunca consegui realmente apreciar seus livros. Meu ódio por Looking For Alaska (Quem é Você Alaska em português) já dura anos e eu não colocaria TFIOS (também conhecido como A Culpa É Das Estrelas) entre meus livros favoritos. Nem mesmo entre os livros que eu gostei. Mas, como esse autor é, basicamente, endeusado, eu resolvi continuar dando chances a ele e ler todos os seus livros. Foi assim que cheguei a Paper Towns (Cidades de Papel em português) e preciso dizer, ou melhor, gritar para o mundo que: EU GOSTEI DE UM LIVRO DO JOHN GREEN!!!!!

Yes, guys, it has happened. Mas sobre o que é esse livro que eu tanto amei?

Quentin sempre foi apaixonado pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Quando crianças eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelas ruas do bairro, mas com o tempo se distanciaram. Hoje ela é a garota mais popular da escola e ele é só mais um entre todos os outros. Até que um dia, ela bate na janela do quarto dele no meio da noite e o convoca para participar de um plano de vingança contra outras pessoas da escola. É claro que ele aceita e, assim, eles vivem uma noite de aventuras e Q acha que isso vai torná-los próximos de novo. Mas no dia seguinte, Margo não aparece na escola. E nem no outro.

Quando fica claro que Margo sumiu de vez, Q começa a achar pistas aparentemente deixadas por ela para que ele a encontre. Quanto mais ele procura e quebra a cabeça para encontrá-la, mais ele percebe que a Margo Roth Spiegelman que ele sempre idealizou, em nada tem a ver com a Margo de verdade.

Bem, mais que isso já seria spoiler. Todo o ponto desse livro é que é um mistério!!!! Q não sabe onde Margo foi parar, por que ela fugiu, SE ela vai voltar e por que ele foi o escolhido para achá-la. Realmente é estranho se pensarmos que eles não se falaram durante anos e então de uma hora pra outra, ela aparece no quarto dele, eles passam uma noite incrível juntos e então ela desaparece, deixando pistas pra que ele, of all people, a encontre.

Nós sabemos tanto quanto Q, visto que o livro é contado em primeira pessoa por ele. Então aos poucos vamos descobrindo, junto com ele, novas pistas para o paradeiro de Margo e mais sobre ela. Sobre a Margo de verdade, e não a ideia que Quentin criou sobre ela. E nesse processo de descobrir a verdadeira Margo, Quentin passa a ver as coisas de um jeito diferente e também tenta analisar a si mesmo.

Toda essa dinâmica de buscas, mistérios, locais abandonados, mapas e tudo mais dão ao livro um ritmo de leitura muito rápido e te deixam muito curioso o tempo todo pra saber onde Margo está e o que a levou a fazer tudo isso. Ou seja, o livro é absolutamente devorável. Eu, que sou a pessoa mais lenta do mundo pra tudo (não só leitura), consegui terminá-lo em dois dias!

Outro ponto positivo de Paper Towns são os personagens. God knows o quanto eu odeio basicamente todos os personagens do John Green. Ou melhor, o quanto eu odiava. Porque nesse livro, temos esse amorzinho que é Quentin Jacobsen e pra mim foi impossível não me apaixonar. Q não é dos mais populares, mas também não está no fundo da cadeia social da escola. Ele é só mais um garoto comum, que tem amigos comuns e tem uma crush monumental pela garota mais linda e popular da escola. E aí Margo some e vemos como ele realmente se importa com ela, não como se importaria como uma simples crush, mas do jeito que se importa com quem se gosta de verdade. E ele se empenha tanto para encontrá-la que é realmente bonito de se ver. Além disso, o amor dele por Margo não é o único lado de sua personalidade. Seu relacionamento com os amigos, a família e consigo mesmo também são bem explorados pelo autor.

E sobre a própria Margo, o processo é muito mais interessante. A princípio, não a conhecemos realmente, sabemos apenas o que Q pensa que ela é. Mas com o passar da leitura, vamos descobrindo Margo tanto quanto ele a descobre e assim, ela se torna uma pessoa de verdade e não apenas uma ideia que ele havia criado. E embora ela fosse bem diferente do que eu pensava a princípio, eu acabei gostando da Margo de verdade porque vi um pouco de mim nela. Acho que no final, Margo se tornou mais humana do que mito.

E como esse é um livro de John Green, não podiam faltar quotes memoráveis. Então aqui está a minha favorita, que também entrou para as minhas favoritas da vida:



A boa notícia é que Paper Towns vai virar filme! A adaptação está com estreia marcada para 21 de Julho de 2015 e terá Nat Wolff como Q e Cara Delevingne como Margo. Os demais atores ainda não foram divulgados, mas já estou ansiosa!


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Séries para maratonar

Ultimamente, tenho maratonado muitas séries. Seja nas férias ou até mesmo em feriados prolongados, sempre tem uma série que cabe no seu tempo livre.

Pensando nisso, resolvi fazer esse post com dicas de séries boas para maratonas, ou por serem curtas ou por estarem começando.

Please Like Me


Essa é uma série australiana que conta a história de Josh, cuja namorada termina com ele por achar que ele é gay. Ele mora com seu amigo Tom, mas quando a mãe tenta cometer suicídio, ele volta a morar com ela. Tem ainda o novo colega de trabalho de Tom, Geoffrey, que começa a dar em cima de Josh e o pai de Josh, que agora é casado com uma mulher mais jovem.

Please Like Me é uma série suuuuper divertida! O Josh acabou de descobrir que é gay e por isso ainda não se sente confortável com isso e quando o Geoffrey se interessa por ele, ele mal sabe o que fazer! Além disso, ele tem que lidar com a depressão da mãe e com seus próprios problemas, como a baixa auto estima.

A primeira temporada só tem 6 episódios de aproximadamente meia hora cada então dá pra ver tudo em dia só! A segunda temporada já estreou e vai ter 10 episódios.

My Mad Fat Diary


MMFD é uma série britânica que conta a história de Rae, uma adolescente acima do peso que acaba de ser liberada do hospital psiquiátrico em que foi internada depois de tentar suicídio. Ela volta a andar com Chloe, sua melhor amiga, que não sabe o que aconteceu com ela, achando que Rae estava de férias na França. Na verdade, ninguém sabe. Assim, ela começa a freqüentar pubs e bares locais e conhece os novos amigos de Chloe, que logo se tornam seus amigos também.

MMFD é uma das melhores séries que já vi na vida! É incrível como consegue balancear drama e humor na medida certa. Os momentos mais dramáticos envolvem os problemas de Rae, como a depressão e a baixa auto-estima, mas os outros personagens (como Chloe e Archie) também têm suas questões e tem seu devido espaço na trama. Além disso, ainda sobra espaço pro romance, que é de tirar o fôlego! E, por se passar nos anos 90, a série é recheada de músicas dessa época então cada episódio tem uma trilha sonora melhor do que o outro!

My Mad Fat Diaries tem duas temporadas curtas e ainda não se sabe se vai ter uma terceira (cruzando os dedos aqui). A MTV americana comprou os direitos para a produção de uma versão americana (para a qual eu estou muito ansiosa).

Faking It


Por falar em MTV... Essa é uma das mais novas séries do canal. Nela temos a história de Karma e Amy, melhores amigas que nunca conseguiram ser populares. Porém, elas vêem sua chance se atingir a popularidade quando Shane, o menino gay da escola, começa a achar que elas são um casal lésbico e as expõe em uma festa. Karma adora a ideia de fingir ser lésbica para se tornar popular e Amy não fica muito confortável com isso, mas entra na onda da amiga para agradá-la. O problema é que Karma começa a se interessar por Liam Booker, o menino mais popular da escola, enquanto Amy começa a se questionar e percebe que talvez ela esteja gostando de Karma de verdade.

Faking It foi uma das estréias que mais me agradou esse ano! A série é muito divertida, mas também dá uma dor imensa, porque é óbvio que Karma não corresponde os sentimentos de Amy. Eu, pessoalmente, deteeeeeeeesto a Karma e amo Amy, mas é meio que impossível não shipar as duas. Outro personagem que eu gosto bastante é o Shane, o amigo gay das meninas. Ele é incrível! O melhor amigo gay com que toda garota sonha! <333

Faking It só tem uma temporada com oito episódios de vinte minutos, aproximadamente, que valem MUITO a pena ser assistidos! A segunda temporada estreia no final desse mês então ainda dá tempo de assistir a primeira temporada inteira!

Young & Hungry


Essa é a série mais recente de todas as citadas, visto que fez parte da última leva de estreias. Na série, Gabi é uma jovem cozinheira a procura de emprego que faz uma entrevista para ser a chefe particular de Josh Thomas, jovem milionário. Porém, tudo dá errado e Gabi acaba dormindo com o futuro chefe... Ao longo dos episódios, acompanhamos as confusões de Gabi em seu novo emprego e como ela lida com a situação awkward com Josh.

A protagonista é interpretada por Emily Osment, que fazia a Lily em Hannah Montana e a série é produzida pela Ashley Tisdale, a Sharpay de High School Musical, e ela até faz uma ponta em um episódio! Além disso, ainda tem a participação de Jesse McCartney como um nerd fofo. Então se você, assim como eu, teve uma pré-adolescência inteiramente baseada no Disney Channel, essa série vai ser perfeita pra você!

A primeira temporada tem só 10 episódios curtinhos e acho que foi renovada para a segunda, sem data de estreia. Então o que você está esperando pra assistir essa delicinha?


sábado, 13 de setembro de 2014

Mais Frozen!

Nossas preces foram atendidas! Finalmente, teremos mais de Elsa, Anna, Olaf e Cia. Embora não seja uma sequência propriamente dita, o curta Frozen Fever vai ser um curta sobre o aniversário da Anna, em que Elsa e Kristoff vão fazer uma festa pra ela. Mas a comemoração pode ser ameaçada pelos poderes de Elsa...

A boa notícia é que Idina, Kristen, Jonathan e Josh irão reprisar seus papéis de Elsa, Anna, Kristoff e Olaf respectivamente e vai ter até uma nova música!

Frozen Fever deve estrear na primavera (dos EUA) de 2015 e ainda não se sabe qual filme vai acompanhar.




quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Antes Que Eu Vá



Gostaria de começar essa resenha dizendo que eu amo odiar a Lauren Oliver. Essa safada só me faz sofrer, mas mesmo assim, eu continuo lendo os livros dela e me afogando em lágrimas. Porque apesar de tudo, como essa mulher escreve bem! Dessa vez, o culpado de minha morte foi Antes Que Eu Vá.

Antes de tudo, preciso dizer que eu tenho mixed feelings sobre esse livro. Eu comecei gostando, e aí eu odiei, e no final estava adorando de novo e chorando as pitangas porque não queria acreditar no que sempre esteve claro que iria acontecer. Então não sei o que dizer sobre ele no geral, se gosto ou não, mas posso afirmar com toda certeza que tenho MUITOS feels!


Nesse livro, acompanhamos Samantha, uma garota que tem tudo que se pode desejar: é linda, popular e namora o garoto perfeito. Tudo vai como o planejado na vida de Sam até que, no dia 12 de Fevereiro ao voltar de uma festa, o carro em que estava sofre um acidente e ela morre. Porém, no dia seguinte, ela acorda, lembrando-se de tudo que havia acontecido, mas ao olhar no relógio, ela percebe que ainda é dia 12. E ela ainda está viva.

Acontece que Sam tem a chance de reviver seu último dia sete fucking vezes. Nesses sete dias, ela experimenta diversas reações a sua morte eminente e tenta fazer algo diferente cada vez. Ao longo desse tempo, somos apresentados a sua família, seus amigos, sua crush e tudo mais. A Lauren vai mostrando pra gente o quanto essas pessoas a amam e o quanto vão sentir sua falta SÓ PRA ACABAR COM NOSSA SANIDADE (I see what you did there, young lady).

O livro começa contando o dia original, a primeira vez em que ela morreu. Sam é uma das mean girls da escola, junto com suas amigas Lindsay, Elody e Ali. Sendo que ela é a garota nova da turma (ok, elas já são amigas há anos, mas ela foi a que chegou por último). Enquanto as outras sempre foram populares, Sam sofria um pouco de bullying quando criança, até ser aceita pela clique da qual Lindsay é a líder. Pense em Lindsay como a Regina George do grupo e em Sam como a Cadie.

Acontece que Sam se tornou uma pessoa terrível. Ela pratica o bullying, assim como faziam com ela, ignora os antigos amigos e, no geral, se acha a última bolacha do pacote. Então no começo, é bem difícil gostar dela. Mas aí ela morre. E continua morrendo e morrendo e a cada vez ela quer mudar alguma coisa, fazer algo diferente e tudo mais. Mas ela continuava errando e sendo uma péssima pessoa e eu simplesmente não sou obrigada a aturar esse tipo de coisa de personagens fictícios.

Mesmo assim, com o passar dos dias e de todas as decisões ruins que ela faz, Sam acaba percebendo o que realmente tem que fazer e começa a lutar por isso. Ao mesmo tempo, ela passa a enxergar as pessoas em sua vida pelo que elas realmente são, com todos os seus defeitos e erros. Achei legal que mesmo diante de tais circunstâncias, ela também foi capaz de ver o lado bom de cada um e porque ela os amava (claro que isso só tornou tudo mais doloroso, mas fazer o que). E foi então que eu comecei a gostar de Sam porque ela vira uma pessoa razoável e até passei a torcer por ela e tudo mais.  Mas como esse é um livro da Lauren Oliver, é claro que meus sentimentos foram esmagados.

O que mais me deixou irritada com a destruidora de almas Lauren Oliver foi o romance (ah sim, não pense que eu te perdoei por Julian, sua maldita). Kent é esse menino que era melhor amigo de Sam até ela ficar popular e esquecer totalmente dele. Acontece que ele sempre foi apaixonado por ela e é até hoje, mesmo que ela seja essa vaca egoísta que conhecemos. E eu estava super de boa com relação a ele, pensando que ia ser só mais um personagem secundário que nem ia aparecer direito, até que os dias foram passando... E HOLY FUCKING COW! Por que ela fez isso comigo??????? Ela cria esse personagem maravilhoso, o melhor garoto do mundo, E ME FAZ ME APEGAR A ELE. E A SAM. ARRRRRRRRRRRRRRGH LAUREN OLIVER MERECE IR PRA FOGUEIRA. Eu acho que o mínimo que essa mulher me deve é pagar pela minha terapia POR CAUSA DE TUDO QUE ELA JÁ ME FEZ SOFRER.

E sim, caso alguém esteja se perguntando, O FINAL ME DESTRUIU. Impressionante que mesmo depois de seis mortes, nada tenha me preparado praquilo. AH, LAUREN OLIVER, POR QUE ESCREVES TÃO BEM????????? E pra ilustrar isso, deixo aqui o que talvez seja o beijo mais lindo, significativo e mágico de todos os tempos:

“ Os lábios dele são macios e deixam os meus tremendo. Fecho os olhos e, no escuro por trás deles, vejo coisas lindas florescendo, flores girando como flocos de neve, e beija-flores batendo as asas no ritmo do meu coração. Parti, perdida, flutuando no nada como se estivesse no meu sonho, mas desta vez a sensação é boa – como se eu estivesse voando, totalmente livre. Com a outra mão ele afasta o cabelo do meu rosto, e posso sentir o toque de seus dedos em todos os lugares que me tocam e penso em estrelas no céu deixando rastros flamejantes, e naquele instante – independente da duração que tenha, segundos, minutos, dias - enquanto ele está dizendo meu nome na minha boca e estou respirando nele, percebo que esta, bem aqui, é a primeira vez que fui beijada na vida.”

I KNOW RIGHT!!!!!!!!!!!!!!! COMO LIDAR COM UMA COISA DESSAS????????



Enfim, sei que essa resenha foi pouco construtiva, mas é que eu tenho tantos sentimentos sobre esse livro que não consigo funcionar. Mas espero que tenha ficado claro que, se você quiser ler esse livro, be strong.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Retorno de Sailor Moon



Você, criança dos anos 90 e começo dos 00s com certeza já ouviu falar delas. As guerreiras com nome de planetas que lutavam em nome da lua. Sim, caro leitor, estou falando de Sailor Moon!

O anime completou 20 aninhos em 2012 (I KNOW, RIGHT????)  e para comemorar, foi anunciado que um novo anime seria produzido! Depois de muita enrolação e alguns adiamentos, finalmente temos uma data e dessa vez, parece que sai!

Sailor Moon Crystal vai ser a nova série animada de Sailor Moon e vai estrear no dia 5 de Julho no Japão, com transmissão simultânea para o mundo todo via streaming. Essa série não vai ser um remake nem uma continuação da anterior, pois vai se focar mais na história do mangá, sendo o mais fiel possível. Já foram liberadas algumas fotos promocionais e deu pra perceber que o traço está idêntico ao do mangá e até o uniforme das garotas está igual!

Além disso, ontem foi divulgado o primeiro trailer do anime e eu tive uma leve surtada por motivos de infância!!!!!! Infelizmente, não foi legendado ainda, mas tudo que aparece nesse trailer é bem parecido com o começo do anime anterior, então se você se lembra, dá pra entender tranquilamente.


E como se não bastasse, finalmente, o mangá de Sailor Moon começou a ser publicado no Brasil! A Editora JBC ficou negociando os direitos com a Naoko (Takeuchi, a criadora de Sailor Moon) durante mais de 10 anos, pois ela é muito exigente. Finalmente, eles conseguiram trazer o mangá pro país e o resultado está impecável! Você pode conferir os volumes aqui.

E aí, animados?

Agora só nos resta torcer pra Sakura Card Captors receber o mesmo tratamento quando fizer 20 anos.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

No acostamento da Jellicoe Road eu sentei e chorei



Falar de On The Jellicoe Road é difícil por dois motivos. O primeiro é que no começo a história é confusa e você não entende nada, por isso eu não posso falar demais pra não dar spoiler. E o segundo é que é tanta dor que eu nem sei por onde começar. Mas eu vou tentar.

O livro conta duas histórias que acontecem em épocas diferentes, mas tem o mesmo ponto de partida: a Jellicoe Road. Nos anos 1980, duas famílias têm suas histórias cruzadas por essa estrada em um terrível acidente que mata membros de ambas. E no presente, conhecemos Taylor Markham, garota que foi abandonada por sua mãe na mesma estrada quando era criança.

Taylor foi levada por Hannah para a Jellicoe School, um internato onde ela estuda e mora até hoje. Hannah mora no rio perto da escola e meio que toma conta dos alunos. Porém, um belo dia Hannah vai embora sem deixar explicações e Taylor fica furiosa e perdida. Pra piorar, a guerra está para começar. E enquanto lidera a sua escola no confronto, ela tenta descobrir para onde Hannah foi. Como se não bastasse, um menino de seu passado está de volta nesse verão e com ele volta a necessidade de descobrir sobre sua vida, o que levou sua mãe a lhe abandonar e onde ela está.

A princípio, é difícil entender o que está acontecendo nesse livro. O prólogo é sobre o tal acidente, mas o próximo capítulo já é sobre Taylor, Hannah e a guerra e aí sua mente explode porque nada parece fazer sentido e você se pergunta onde estão aqueles personagens do início. Quando eles aparecem de novo, tudo fica mais confuso, pois eles parecem ser personagens de uma história dentro de outra história e qual o sentido nisso? Aos poucos, vamos descobrindo junto com Taylor quem são aqueles personagens e quando a gente entende porque a história deles está sendo contada, é um momento de epifania pela genialidade da Melina Marchetta.

Um ponto alto do livro são os personagens, tanto os principais quanto os secundários. Cada um deles é TÃO bem construído que parece que você os conhece desde sempre. E todos têm seu espaço. Até alguém que aparece do nada e parece que não tem relevância nenhuma, na verdade tem todo um background (I’m looking at you, Sam). Esse livro é tipo um personagem-gasm.

 Taylor é bem badass, mas ao mesmo tempo tem um lado frágil que inevitavelmente aparece, mesmo que ela queira esquecer tudo que já aconteceu com ela. E quando eu digo tudo eu realmente quero dizer coisas muito ruins. E então temos Jonah, um menino que a princípio parece ser só mais um idiota dos Cadetes, mas na verdade não é nada disso. E nesse momento só uma expressão em inglês pode descrever o que eu acho dele: there’s so much more to him than meets the eye. Que seria algo como dizer que uma pessoa é muito mais interessante e complicada do que aparenta ser. Santangelo e Raffy (uma menina da casa de Taylor que tem uma ligação com Santangelo) são os mais divertidos, pois vivem como gato e rato, mas claramente se amam.

A amizade que se forma entre esses quatro é incrível de tão improvável que é, visto que eles são inimigos nas guerras territoriais, mas é uma das melhores coisas do livro. Os diálogos entre os quatro são lindos, tristes, e até engraçados e esse é basicamente o tom de todo o livro, essa mistura de sentimentos e tudo mais. Os momentos que eles passam juntos na Prayer Tree (uma árvore no território dos Cadetes que eu imagino que seja a árvore mais linda do mundo... e olha que eu conheço muitas árvores bonitas) são a minha coisa favorita <3

E ainda tem os personagens da outra história do livro, a que acontece no passado. Narnie, Webb, Fitz, Jude e Tate. E nossa, eles são tão complicados! Mesmo entendendo os eventos da história deles, eu acho que não consegui realmente entender eles. E é por isso que eu acho que esse livro não foi o suficiente pra eles. Embora eu tenha me apegado mais aos personagens do presente, são esses do passado que eu gostaria de ler mais sobre. Um outro livro ou até um pequeno conto, que fosse, pra eu poder entender o que se passou com eles e entre eles. Se alguém aí conhecer a Melina, pfvr fale isso pra ela

Outra coisa interessante nessas histórias é como reflexões sobre morte, perda e luto permeiam todo o texto. Grande parte do livro é um mistério, mas também há espaço pra diversão e romance e me surpreende que no meio disso tudo a Melina conseguiu enfiar coisas desse tipo.

Acho importante mencionar que a Melina escreveu o script da adaptação cinematográfica do livro. SIM, JELLICOE ROAD VAI VIRAR FILME!!!!!!! Ela já adiantou que muitas coisas vão ser diferentes, com muitas cenas e diálogos novos. Se você quiser saber mais sobre isso, tem todo um post no blog dela sobre isso, é só clicar aqui.

Mapa dos territórios na área da Jellicoe Road (falta a cidade)
O que eu não conseguia entender era essa tal guerra. Acontece que durante o verão, uma escola só para meninos de outra cidade montava acampamento do outro lado do rio de Hannah e com o passar dos anos, uma guerra começou. As três facções envolvidas são: os Cadetes, que ficam do outro lado do rio; os estudantes do internato de Taylor; e os Townies, que é a galera da cidade de Jellicoe. Cada um dos grupos tem seu território e se alguém traspassar as fronteiras, podem haver conseqüências. Esse ano, Taylor foi escolhida como a líder de sua facção, Jonah Griggs é o líder dos cadetes e Santangelo é o líder dos Townies.  

Eu simplesmente não consegui entender o POR QUE disso!!!!!! Não faz sentido!!! Ninguém ali é dono de nada então eles não podiam impedir ninguém de ir aonde eles quisessem. Mas mesmo assim, TODO MUNDO levava essa “guerra” muito a sério. Eu já estava de saco cheio disso tudo até descobrir o porque da guerra e como ela começou e aí eu fiquei mais bolada ainda porque se tornou uma coisa totalmente diferente do que era originalmente e arrrrgh.

É por isso que eu acho válido reler o livro. Quando você lê a primeira vez e não entende nada, muitos detalhes podem passar despercebidos. E aí você lê de novo e vê que não tem UMA FRASE que não tenha a ver com a história e é incrível como essa mulher conseguiu pensar nisso tudo e mais ainda, articular de uma maneira que te deixa no chão.

Esse é um livro sobre a Taylor. E é um livro sobre a Hannah. Também é um livro sobre as crianças do passado. E sobre o Jonah. E sobre a Jessa. E o Hermit. E o garoto da árvore. Mas acima de tudo, esse é um livro sobre a Jellicoe Road, a estrada mais bonita que você já viu.

* O nível de inglês é médio

domingo, 18 de maio de 2014

Jules and Monty



Todo mundo sabe que eu sou louca por webséries. Mas confesso que ultimamente, tenho ficado um pouco cansada de todas essas webséries feitas de improviso, sem profissionalismo e tudo mais. Hoje em dia tem tanta websérie no mercado que é cada vez mais necessário ter a melhor qualidade possível pra poder se destacar no cenário. Por isso, até abandonei algumas que eu assistia, mas que eram sofríveis (alô University Ever After).

Mas hoje eu vou falar de uma websérie absolutamente impecável. Senhoras e senhores, lhes apresento Jules And Monty!

                              

Jules Caine e sua colega de quarto Nancy Mills precisam fazer um vlog como trabalho de sua aula de comunicação. O objetivo da tarefa é mostrar a vida no campus e como é estudar na University of Verona. Jules é a irmã mais nova do “lorde” da Kappa Alpha Psi, uma das fraternidades do campus.

A rival da Kappa, é a Mu Tau Gamma, da qual Romeo Montgomery faz parte. Ele também está fazendo um vlog como projeto para uma aula. Monty, como prefere ser chamado, namora Rose Campbell, mas ultimamente, o romance entre os dois vem esfriando.

Talvez você esteja achando algo familiar nessa história. Jules e Romeo? Verona? Fraternidades rivais? Sim, seus palpites estão corretos!

                                               

Jules and Monty é uma adaptação contemporânea de Romeu e Julieta, em que os protagonistas estudam na mesma faculdade e meio que pertencem a fraternidades rivais e por isso nunca poderão ficar juntos. O resto da história já dá pra imaginar, né?

Jules e Monty têm muuuuuuuita química e apesar de todo mundo saber como a história termina (embora eu tenha ficado surpresa com o jeito que eles adaptaram o final THE PAIN), é inevitável torcer por eles e shipar loucamente. Junto a eles ainda temos a Nancy, que corresponde à ama de Julieta, que é toda sassy e divertida e os amigos do Romeu, Mark (Mercúcio) e Bem (Benvólio). Um detalhe importante é que o texto da série utiliza algumas passagens do texto original, então é uma mistura de diálogos contemporâneos e clássicos.


O legal dessa websérie é que tudo, absolutamente tudo, foi feito por um grupo de estudantes da Tufts University. Imogen Browder e Edward Rosini escreveram todo o texto da série e também atuam como Jules e Monty. Evey Reidy, a Nancy, é também a diretora, com a ajuda do Andy de Leon, que também atua como Tye. E por aí vai. A série é uma colaboração de várias pessoas de diferentes cursos da universidade e o resultado ficou TÃO profissional que nem parece uma produção amadora. Até photoshoot lindo pra divulgação eles fizeram!!!

Além dos episódios, eles ainda fizeram vários vídeos de behind the scenes (os Vlog Vlogs) e entrevistas com o pessoal da equipe (Vlog Vlogs Extras), que são apenas a melhor coisa do mundo!!!!!!! Todo mundo é muito engraçado e divertido e awesome e apenas quero ser melhor amiga de todos menos da Emma!!!!!!!!!!! Fora que a Imogen e o Ed também tem muita química na vida real então e eu shipo TÃO hard que não é possível que eles não sejam um casal de verdade

A trilha sonora é absolutamente fa-bu-lo-sa. Várias bandas e cantores underground da cena da música universitária dos EUA. Ou seja: dificilmente você ouviu essas músicas antes. Os sites e redes sociais dos artistas estão linkados nas descrições dos vídeos e no final do episódio também. Mas no site da série tem uma página só sobre a trilha sonora onde dá pra ouvir as músicas de todos os episódios. Se você estiver interessado, clique aqui.

Se tudo isso não foi suficiente pra convencê-los a assistir, aqui vai a melhor parte: Jules and Monty é legendado! Eu e mais algumas amigas gostamos tanto da série que achamos que o mundo precisa conhecê-la. Então decidimos legendar pra que mesmo quem não fala inglês possa apreciar essa maravilha. (Ainda não legendamos tudo porque não recebemos o último script, mas assim que nos mandarem, iremos fazer o que falta!) ASSISTA COM UMA CAIXA DE LENÇOS DO LADO!!!!!





segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sea



Sienna é uma garota californiana que vive com o pai, um psiquiatra famoso por seu trabalho voluntário na África e na Ásia, e sua avó. A mãe dela desapareceu em um acidente de avião na Indonésia quando ela ainda era criança. Desde então, ela parou de surfar e passou a evitar o melhor amigo, Spider, além de ter adquirido medo de aviões. Em seu aniversário de 15 anos, seu pai lhe oferece uma viagem para a Indonésia, para ajudá-lo em um novo programa de psiquiatria num orfanato para crianças que ficaram órfãs por causa da Tsunami. A princípio, Sienna reluta, pois teria que enfrentar longas horas num avião e voar direto pro lugar que tirou sua mãe dela. Mas eventualmente, ela acaba aceitando a ideia e vai.

Eu queria ler esse livro há alguns anos, pois é um dos favoritos de uma das blogueiras que eu mais gosto (a Giu do Amount of Words) e eu confio na opinião dela. Eu fiquei esperando pacientemente que ele fosse lançado no Brasil durante todo esse tempo, mas depois de dois anos, eu meio que joguei a toalha e decidi ler em inglês mesmo. Acho que eu acabei construindo expectativas altas demais e por isso me decepcionei.

Sienna é uma garota comum, como todas as outras de sua idade (salvo o trauma que a morte da mãe lhe causou): imatura, um pouco rebelde e impulsiva. A princípio, eu não percebi nada disso. É só quando ela chega a Indonésia e conhece Deni que tudo vem a tona. Deni é um dos meninos mais velhos do orfanato e é uma espécie de líder para os outros meninos. Sienna fica encantada por ele assim que o vê, mas logo seu sentimento cresce de uma maneira que eu não esperava.

Pra mim, isso foi MUITO precipitado. Ela mal conhecia o garoto, só tinha trocado meia dúzia de palavras com ele, e já estava completamente apaixonada por ele. Deni é um menino legal, muito bonito e tem muito em comum com ela (tendo perdido a família para a tsunami e com os mesmos traumas que ela), mas isso não é levado em consideração. Ela se apaixona por ele antes mesmo de saber a história dele e ver como eles são parecidos e como podem se ajudar. Não tem aquela coisa de construir uma relação e ir se apaixonando aos poucos. É pura e simplesmente insta-love.

Eu também achei que por conta desse envolvimento deles dois, a parte social da visita dela ficou meio de lado. Eu esperava conhecer mais sobre a tsunami (afinal, eu tinha dez anos quando aconteceu e até hoje eu não entendo nada sobre isso) e ouvir as histórias das crianças e adolescentes sobre o que eles passaram pra chegar ao orfanato, mas pouquíssima atenção foi dada a isso. A Sienna ia ás sessões de terapia e ficava realmente tocada pelo que via (as meninas eram incentivadas a fazer desenhos sobre seus traumas e tudo mais) e ouvia, mas era só sair e encontrar o Deni que ela esquecia tudo. 

Em momentos que exigiam seriedade, ela agia com infantilidade e tentava fazer com que as coisas não fossem sobre ela, sempre sobre a outra pessoa. Isso me irritou bastante. Em um momento de impulsividade, ela acabou agindo pelas costas do pai e fez algo que, a meu ver, foi uma grande besteira e eu simplesmente não conseguia aceitar tudo aquilo. Talvez se eu tivesse lido o livro quando era mais nova, tivesse sido mais fácil pra lidar com as coisas que ela fez (que são típicas da idade), mas agora, eu só consigo pensar de forma ponderada e achar tudo um absurdo.

Apesar do meu pessimismo, gostaria de deixar claro que Sea não é um livro ruim. Na verdade é muito bem escrito e tem partes interessantes, como as que mostram as diferenças culturais entre os americanos e os indonésios. E as poucas partes em que as meninas da terapia compartilharam suas histórias. E uma coisa que eu achei bem legal foi que eles nunca se referiam a tsunami como tsunami (que é como nós falamos). Era sempre “a onda” ou “o mar”. O que torna tudo muito mais doloroso, porque imagine uma família que vive do mar, com pais pescadores e tudo mais, ser tragada e destruída justamente por ele? A palavra tsunami pra mim cria um distanciamento que nós, que não vivemos aquilo, podemos ter. Claro que nós vamos nos sentir mal por todas aquelas pessoas, mas eu imagino que pra eles foi muito pior, ser traídos desse jeito pela coisa mais importante que eles tinham.

O final, que eu sempre ouvi falar que era muito triste, realmente é, mas não do jeito que eu esperava. Na verdade, foi MUITO mais doloroso e bonito. Durante todo o livro, Deni dá indícios do que aconteceu com ele e sua família, mas os meus palpites falharam miseravelmente e eu fiquei muito surpresa com o que realmente aconteceu. E apesar de ter acontecido o que eu queria desde o início, eu fiquei de coração partido.

Heidi Kling poderia ter trabalhado melhor a questão do trauma psicológico e explorado mais toda a situação em que a Indonésia se encontrava após a tsunami. Apesar da protagonista chatinha, Sea é um livro emocionante, mas que perdeu muito do potencial que eu imaginava que ele tinha.


* O nível de inglês é fácil

domingo, 4 de maio de 2014

Perdida - Um Amor que Ultrapassa as Barreiras do Tempo




















Sofia vive na cidade grande e sempre trabalhou na mesma empresa, ganhando um salário bem pequeno. Ela é uma grande fã de tecnologia, mas ama romances históricos, como os de Jane Austen. Ela deixa seu celular cair na privada acidentalmente e, assim, sai pra comprar um novo. Acontece que uma mulher misteriosa lhe vende um aparelho aparentemente perfeito, mas quando ela tenta ligá-lo, acaba transportada para o século XIX! A aventura para tentar voltar pra casa começa quando ela é encontrada por Ian, um rapaz de bom coração que aceita ajudá-la.

Eu já queria ler Perdida há séculos, desde a época em que foi lançado pela primeira vez pela Editora Baraúna. Acontece que só consegui comprá-lo ano passado, já com a edição da Verus. Felizmente, aquela capa linda, do vestido branco com o all star foi mantida! Por conta de todo esse tempo de espera e por ter lido várias resenhas positivas sobre o livro, eu estava com expectativas altas. Encontrei algo muito diferente do que imaginava, mas nem por isso ruim. Eu adorei Perdida!

Sofia passa mais ou menos uma semana no século XIX, mas MUITA COISA acontece nesse meio tempo! Muita coisa mesmo. Sofia passa por um processo muito legal de auto-descoberta e tem um character development muito bom durante esse percurso. Isso tudo em sete dias! Tudo graças a ótima narrativa da Carina Rissi, que é dinâmica, mas não é corrido demais.

Porém, justamente por ela passar pouco tempo nesse novo século, eu achei que o romance ficou com cara de instalove, sabe? Ian se apaixona por ela assim que põe os olhos nela e com o passar do tempo, seu sentimento só vai crescendo. Acho que isso pode ser explicado pelo fato de ele ser de uma época completamente diferente da nossa, então talvez as coisas fossem assim no quesito romance. Mas a reação de Sofia quanto ao relacionamento deles é bem melhor!

A princípio, ela é uma personagem muito prática e cética com relação ao amor. Sofia perdeu seus pais quando ainda era adolescente, e como eles eram a única família que ela tinha, teve que aprender a se virar sozinha pra terminar a faculdade e conseguir se sustentar. Isso, por si só, já endurece uma pessoa. Soma-se a isso o fato de na única vez em que ela “se apaixonou”, acabou sendo traída pelo tal menino.

Por isso, ela não se apaixona por Ian imediatamente. Pelo contrário, no começo, ela fica até desconfiada dele, porque no século XXI é difícil encontrar pessoas tão bem intencionadas quanto ele parece ser. E então ele vai quebrando o muro que ela construiu em volta de si mesma de pouquinho a pouquinho e ela acaba se apaixonando por ele. Mas também, quem não se apaixonaria por Ian?

Além de absolutamente lindo e rico, Ian tem um coração do tamanho do mundo! Ele também perdeu os pais quando era novo e por isso ficou no comando dos negócios da família e virou o responsável pela irmã mais nova, Elisa. Extremamente bondoso e solidário, ele quer o melhor para sua irmã e está disposto até a casar com alguém que não ama só para dar um bom exemplo para ela e fornecer uma figura feminina que possa guiá-la. Sem contar que ele é todo educado e prestativo. E ANDA A CAVALO!

Mas o relacionamento de Sofia e Ian pode estar com os dias contados, porque afinal de contas, assim que ela reconhece que está em outro século, começa a fazer de tudo para voltar pra casa. A princípio, ela acha melhor não mencionar que vem do futuro, porque quem acreditaria nela? E ainda poderiam taxá-la de doida e mandá-la pra um hospício or something. E assim, ela se mete em várias confusões, porque suas roupas são inadequadas (ela chega usando minissaia e tênis), seu jeito de falar também e ela não está nem um pouco familiarizada com os costumes da época!

É nesse ponto que o livro, a meu ver, ficou devendo. Como eu disse no começo da resenha, Sofia adora romances históricos (e inclusive carrega um, o seu preferido, na bolsa). Então seria de se esperar que ela conhecesse um pouco da vida daquela época, não? Mas na verdade, ela é completamente clueless sobre TUDO. Eu fiquei um pouco irritada em alguns momentos em que ela dava uma gafe porque até quem não lê livros de época saberia se portar em determinadas situações.

Outra coisa que me incomodou bastante foi a linguagem coloquial de Sofia. Sim, estamos no século 21, todo mundo usa gírias e fala um português mais informal, mas a Sofia é DE-MA-IS. Sério, gente, tinha horas que eu queria me matar de tanta gíria que essa menina usa! E o que mais me irritou é que antes de viajar no tempo, no primeiro capítulo, ela nem falava tanta gíria assim! Acho que foi só uma estratégia usada pela autora pra enfatizar a diferença entre esses dois mundos distintos, mas pra mim, ficou over.

Mas uma das coisas que eu mais gostei (e merece uma menção especial) é que em momento algum o nome da cidade onde Sofia vive é mencionada. O livro dá a entender que ela é transportada para a mesma cidade, só que no século XIX, mas mesmo assim seu nome não é citado. Pra mim, é São Paulo, mas eu acho legal o nome não ter sido informado porque books belong to their readers, então cada um pode imaginar a cidade que quiser!

Apesar de ter achado que o livro terminou de uma forma ótima, Perdida vai ter uma sequência! Na verdade, nem sei se já foi lançada ou não, mas com certeza vou ler porque não me canso de Ian e Sofia! E o melhor de tudo: Perdida vai virar filme! WOW. JUST WOW.

Enfim, Perdida é um livro ótimo! Ainda não dá pra viajar no tempo, mas o jeito como Carina construiu a história fez tudo muito verossímil! Você meio que fica se perguntando quando é que vai acontecer com você. E eu amei o final!


sexta-feira, 25 de abril de 2014

If I Stay (também conhecido como OS SENTIMENTOS)



Eu tenho uma história com If I Stay. Eu o li pela primeira vez nos idos de 2011. O pouco que eu lembro foi que chorei muito e fiquei tão devastada que não consegui ler a continuação, por medo do que pudesse acontecer. Eis que descubro que um filme baseado no livro vai estrear nos cinemas esse ano. Então eu pensei, bem chegou a hora. É agora que eu tenho que reler o primeiro e tomar coragem pra ler o segundo. É agora ou nunca.  Dessa vez, a experiência foi ainda mais devastadora do que da primeira. E por incrível que pareça, foi ainda melhor.

Mia parece ter a vida perfeita. Pais amorosos, um irmão mais novo fofo, um namorado lindo e super cool e uma melhor amiga que está sempre lá pra ela. Ela é uma aluna razoável, mas a sua grande paixão é a música, mais especificamente o violoncelo. Mia toca desde criança e agora está prestes a ser aceita na Juilliard.

Num dia de neve, ela e a família aproveitam para visitar um casal de amigos de seus pais que moram um pouco longe. Acontece que o carro em que eles estavam é atingido por um caminhão e quando Mia acorda ela encontra seus pais. Ambos mortos. Então ela procura por Teddy, seu irmão, e ao ver uma mão em meio a neve, corre até ela pensando que é ele. Acontece que ali, jaz o corpo dela, completamente machucado e meio sem vida.

Claro que é atordoante. Como se não bastasse perder os pais de uma vez só, ela ainda se encontra fora de seu corpo, vendo tudo que acontece a ele como se não fosse com ela. Quando a ambulância chega para levar seu corpo, ela vai junto. No hospital, o corpo é operado e ela assiste a tudo, meio sem entender. É só depois, quando uma enfermeira menciona que a escolha é dela, que ela entende. O que está fazendo ali. Porque está fora de seu corpo. E porque ainda não morreu.

Mia pode escolher. Ela fica e vive? Ou morre e se junta a sua família?

 “There are like twenty people in that waiting room right now. Some of them are related to you. Some of them are not. But we’re all your family.” She stops now. Leans over me so that the wisps of her hair tickle my face. She kisses me on the forehead. “You still have a family,” she whispers.” 

Nossa, eu não consigo nem explicar esse livro. Eu não sabia se torcia pra ela ficar ou se queria que ela se fosse. Qualquer coisa que ela escolhesse, eu entenderia. E quando ela começa a ter flashbacks de sua vida antes, sua família, amigos, Adam e a música, tudo se torna muito mais difícil.

Mia não tinha a vida perfeita. Ela se sentia “o patinho feio” da família, pois os pais eram roqueiros assumidos (seu pai até tocava numa banda) e ela tocava violoncelo e gostava de música clássica. Ela era quieta e série, enquanto os pais eram extrovertidos e muito mais descolados que ela, mesmo sendo mais velhos. Até o namorado, Adam, era diferente. Além de ser mais velho, ele tocava numa banda famosa na região deles e as garotas praticamente faziam fila pra ficar com ele.

Através de suas memórias, Mia vai nos mostrando todas as coisas boas de sua vida, como o jeito que conheceu Adam e Kim, sua melhor amiga, o nascimento de seu irmão, a audição para a Juilliard, em que ela foi com seu avô e muitas outras coisas legais e significativas. Mas também as coisas nem tão boas assim, como as brigas com Adam e todas as vezes que ela se sentiu uma estranha em sua própria família. É como se ela estivesse nos dando as fichas pra que nós pudéssemos apostar: vai ou fica?

“Sometimes you make choices in life and sometimes choices make you.”

O livro é cheio de momentos adoráveis, tanto nos flashbacks de Mia, quanto no hospital, o que só torna tudo mais doloroso. E quotes, muitos quotes. Uma das coisas mais legais, pra mim, foi quando ela ponderou sobre o motorista do caminhão. De acordo com sua tia, ele não teve culpa. Estava dirigindo tranquilamente, com 0% de álcool no sangue, quando o carro da família dela se desviou da pista e ele não pôde evitar a batida. Por mais que isso tenha destruído a vida de Mia para sempre, ela se pega pensando como está a vida do cara, sabe? A vida dele também mudou. Agora ele carrega o peso da destruição de uma família em suas costas e isso não deve ser fácil.

Outra coisa que eu gostei muito foi o jeito que o livro mostrou a forma com que as pessoas lidam com situações assim, de coma e morte. Alguns conversavam com ela como se ela realmente estivesse ali (e estava), outros rezavam, outros pediam pra ela ficar, alguns tentavam se ocupar de todas as maneiras possíveis para não se deixar abater e por aí vai. Mia assiste a tudo isso, todas essas pessoas que se importam com ela, mas as duas pessoas que ela realmente precisava, não estavam ali. E nunca mais estariam.

Eu acho que If I Stay é um ótimo livro pra fazer a gente pensar. Quando eu li pela primeira vez, do alto dos meus 16 anos, passou despercebido. Claro, eu sofri bastante com tudo isso, mas mais por conta do romance entre Mia e Adam  swoon do que pela história em si. Agora, com 19 anos, eu percebi tudo de uma maneira diferente. Como a vida é frágil. Ela passa tão rápido que a gente nem percebe o quanto cada momento, cada memória é importante. E como nós temos que tirar o máximo dela, pra que realmente tenhamos algo pra lembrar. Mas também como a nossa vida, nossa mera existência, afeta o mundo de uma maneira que nós nem percebemos. Não estou falando de grandes mudanças como salvar as florestas, acabar com o buraco na camada de ozônio, nem nada disso. Mas como nós afetamos as pessoas a nossa volta. Como a nossa vida importa tanto pra elas quanto pra gente. Talvez até mais. Ás vezes você faz algo no automático e nem se dá conta, mas aquilo, pode se tornar a memória mais querida de outra pessoa, sabe? E isso é tão assustador. Tudo isso que eu disse, pode ser resumido nessa quote da Mia:

“I realize now that dying is easy. Living is hard.”

Bom, mas como eu disse lá em cima, o que me levou a reler o livro e tudo mais foi o filme. Quando eu fiquei sabendo que estava pra estrear, eu decidi reler o livro antes mesmo de ver o trailer (basicamente porque eu nem lembrava direito do que acontecia e tal). Hoje, assim que eu acabei, eu fui ver o bendito. E meu Deus. OS SENTIMENTOS!!!!!!!!!!

O filme vai ser estrelado pela Chloe Moretz e Jamie Blackley, como  Mia e Adam. Quem me conhece sabe que eu não gosto da Chloe e não consigo nem olhar pra cara dela, mas depois que eu vi o trailer.......... EU SIMPLESMENTE PRECISO VER O FILME!!!!!!!! O Jamie também não é como eu imaginava o Adam (principalmente porque eu o imaginava mais velho), mas depois que eu vi o trailer pela enésima vez, até consegui me acostumar. E é bom ver um ator fora da atual panelinha de Hollywood (lê-se Miles Teller, Ansel Elgort, Nat Wolff) fazendo um papel de adaptação de YA.




E quanto a mim... O curioso é que eu li If I Stay três anos atrás e não consegui ler o segundo livro. Agora, eu resolvi que está na hora. Acontece que esse segundo livro, se passa três anos depois da história do primeiro. E é narrado pelo Adam. Então eu acho que realmente, esse é o momento.